sábado, 31 de agosto de 2013

Sabedoria Popular

Os anos ensinam muitas coisas
que os dias desconhecem.

Pensamento - VII.CCCII - 7302

"Os detalhes fazem a perfeição, mas
a perfeição não é um detalhe."
(Michelangelo Buonarrotti)

Maicon, o nosso Menino

Sobre Maicon

A Ocorrência


Tudo começou em 27 de agosto de 2013, aproximadamente às 22h, quando Maicon Telles Chaves, por meio de um telefonema, disse-me palavras afáveis. Em seguida, jogou fora o aparelho celular, e saiu pelas ruas de Umuarama sem rumo até ganhar a rodovia, demandando à região de Toledo, onde abandonou na madrugada a camionete que conduzia. Segundo informação policial (e dele próprio) no dia seguinte, o veículo ficou nas proximidades de Maripá.

Trazido de volta à Cidade de Umuarama, lúcido, Maicon relatou o episódio, sem traumas, mas era possível perceber que o seu estado de saúde mental estava alterado. De 28 a 29 de agosto, muita luta durante a noite para conciliar o sono do rapaz e também de toda a família. Levado a um especialista na manhã do dia 29, parecia estar tudo bem. No entanto, ato contínuo, surgiram novas alterações em seu sistema nervoso, com manifestações fora do comum. Já em casa, após algumas palavras, se queixando bastante sobre angústia, e numa fuga desastrosa, saltou de uma sacada do prédio alcançando as ruas da cidade. Era mais ou menos meio-dia. Começando a busca, sem que ninguém soubesse o seu paradeiro, depois de uma hora, chegavam as primeiras informações: o primeiro contato foi com o amigo Ademir, que tem uma oficina e é pai de uma antiga namora, de quem nunca esqueceu. Acolhido de forma cordial, a turbulência no cérebro continuava. Novamente localizado noutras regiões, foi difícil o diálogo devido ao estado em que encontrava.

Com novas informações, alguns amigos vieram em socorro, ajudando na busca com o objetivo de conduzi-lo ao Hospital "Santa Cruz", para tratamento adequado. Nova luta empreendida, pois o "nosso" rapaz não queria saber do assunto e insistia em conduzir o carro, dizendo que estava bem.

Com a presença de alguns policiais que chegaram para colaborar, o moço entrou em desespero, permanecendo em posição de súplica, sentado no chão. Balbuciava palavras sem nexo, manifestando medo de tudo que via à sua frente. Enquanto os curiosos ficavam ali por perto, o bonito rapaz preferiu manter-se meditando em posição de Ioga, até a chegada de alguns amigos que ele considera bastante, dentre os quais, Priscila e Thiago. Atendeu à voz de comando do pai, e assim, seguiu a pé pelas ruas, até chegar novamente ao estabelecimento do sr. Ademir. Ao lado, um Templo Evangélico - Igreja Mundial -, que estava em atividade. Não hesitou em adentrar no recinto, onde os fiéis impetraram a Bênção Divina em seu favor.

Dali, para chegar ao Hospital, não ofereceu resistência para entrar no carro do irmão Castro, sendo conduzido ao Santa Cruz, para internação. Com algumas dificuldades os profissionais de saúde conseguiram convencê-lo da necessidade de tratamento. Esta etapa aconteceu às 16h do dia 29 de agosto. Encontra-se bem o "nosso" menino, após recuperar o sono de muitas noites mal dormidas e de alimentação precária. Deus Seja Louvado!

Pensamento - VII.CCCI - 7301

"Não faz sentido olhar para trás
e pensar: devia ter feito isso
ou aquilo, devia ter estado lá.
Isso não importa. Vamos inventar
o amanhã, e parar de nos preocupar
com o passado." (Steve Jobs)

Misticismo: Oração

Súplica ao Deus da Vida

Deus de minha Vida, de minha Compreensão, e do meu Coração!

Recebe o Sacrifício não porque merecemos, mas pela tua Bondade

e Infinita Misericórdia. Cuida de todos nós, especialmente nestes

tempos vulneráveis, ajudando-nos a refletir melhor sobre outros

valores que devem orientar a Raça Humana. Cremos que as tuas

Promessas podem se cumprir em nós, fazendo-nos melhores em todos

os bons Propósitos. Fica conosco, Deus Amado! Por Jesus!...

Que Assim Seja!

 

A Bíblia Diz...

"Da opressão e do juízo foi tirado;
Quem contará o tempo da sua vida?
Porquanto foi cortado da terra
dos viventes; pela transgressão
do meu povo ele foi atingido."
(Isaías 53:8). "Porque também Cristo
padeceu uma vez por nós, o Justo
pelos injustos, para levar-nos
ao Pai; mortificado, na verdade,
na carne, mas vivificado
pelo Espírito." (1 Pedro 3:18)

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Tribuna Livre

AULA DE GEOGRAFIA. O Município de Corumbá
tem uma área de 64.960. Km2 de extensão territorial.
Isto significa três vezes o tamanho de Israel que tem
20.700 Km2, e quase três vezes o tamanho do Estado
de Sergipe, com 21.910 Km2. Só falta agora fazermos
as demais comparações, estabelecendo parâmetros entre
como economia e desenvolvimento.

Pensamento - VII.CCC - 7300

"A consciência atua como um dar-se
conta do que devemos fazer. Não é
a decisão de como devemos agir:
a decisão vem depois e consiste
em seguir ou não o juízo
da consciência. A consciência
não é a decisão da vontade, mas
o perceber com a inteligência.
E não julga o que é que mais gostamos,
mas o que devemos fazer. Por isso
se chama a voz da consciência,
como querendo indicar que é
algo que ouvimos, que nos é
comunicado, que não somos
nós que inventamos, mas
que deriva da própria situação."
(Juan Luis Lorda)

Pensamento - VII.CCXCIX - 7299

"O medo é o mais ignorante,
o mais injusto e o mais cruel
dos conselheiros." (Eduardo Burke)

Pensamento - VII.CCXCVIII - 7298

"O pobre não é o que tem pouco,
mas sim o que deseja mais."
(Lucio Anneo Sêneca)

Pensamento - VII.CCXCVII - 7297

"Admiro as inteligências límpidas.
Mas o que é o homem se lhe faltar
substância?" (Saint-Exupéry)

Pensamento - VII.CCXCVI - 7296

"A pior coisa que pode acontecer
a um povo é perder a vontade
de perdurar: os filhos são
a forma humana da esperança."
(Joaquín García-Huidobro)

Pensamento - VII.CCXCV - 7295

"Uma crise matrimonial não é nenhuma catástrofe.
Quem foge dela, sobrevaloriza-a. Quem a ignora,
peca por despreocupação. Deveríamos descobrir
a oportunidade que ela encerra. Através de tais
provas, o amor vai amadurecendo e ganhando
em profundidade; cada tempestade
é uma oportunidade de renovação.
Com os anos vou amando cada vez
mais porque quero amar, porque escolhi
o outro como cônjuge e estou disposto
a suportar desilusões." (Jutta Burggraf

Pensamento - VII.CCXCIV - 7294

"Um homem deve ter em mente
que o jogo da conformidade
ofusca a visão." (Ralph Waldo Emerson)

A Bíblia Diz...

"Por este menino orava eu;
e o Senhor atendeu à minha
petição, que eu lhe tinha feito."
(1 Samuel 1:27). "Porque, quem
te faz diferente? E que tens
tu que não tenhas recebido?
E, se o recebeste, por que
te glorias, como se não
o houveras recebido?"
 (1 Coríntios 4:7)

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Poema: Noite Negra da Alma - P/

Noite Negra da Alma

Num triste final de agosto, a tristeza bate fundo!
O menino, que é fruto de tanta convivência:
o filho amado, que tem morada no coração,
de repente, surpreende sob forte depressão;
angústia na alma vem afetar a consciência.

Expressões amigas costuma sempre usar:
“exatamente”, “Pai”: com um imenso amor!
"Entendi”, “cuida de mim”: clama a sua voz!
Os mistérios quer seguir quando estamos a sós.
O mal súbito dele se apodera com imensa dor.

Batalha travada contra a doença que apavora,
eis que o meu rapaz quase perde a memória!
As palavras ditas parecem não ter sentido...
nuances de medo e de desespero, o alarido:
Meu Filho num hospital em meio à escória!

Resgatado das ruas, um andarilho qualquer;
malcheiroso, foi “encurralado”, medo da morte.
Cena deprimente como a Noite Negra da Alma,
depois de tanta amargura, o coração se acalma.
No lugar sombrio, há de vencer por ser um forte.

Atônito e com o coração em chama aqui estou:
o tempo não passa, a vida é um grande tormento;
ninguém pode compreender a dor que carrego;
a confiança é o que importa e no futuro enxergo
a Luz irradiante em seus olhos depois do lamento.

Umuarama, 29 de agosto de 2013

O nosso querido Maicon encontra-se internado
para tratamento psicológico no Hospital “Santa
Cruz”, após ter passado por momentos angustiantes
deixando uma enorme preocupação aos amigos que
ele tem em Mundo Novo, Umuarama e Campo Grande,
além dos pais Jairo e Luzimar, os irmãos Castro e
Júnias; e ainda os sobrinhos, os primos e os tios.

Agradecimento Especial

Agradeço a todos os amigos e familiares das cidades citadas e ainda de Paraíso das Águas, em especial a estimada nora Sandra Jandrey Alves, Castro Sandra Jairo De Castro Alves, pela dedicação em tempo integral, desde os primeiros momentos em favor do menino que e Ela e Castro adotaram desde a primeira infância, e que hoje integra a Equipe da Empresa. Estamos superando com determinação e fé o episódio que deixou todo mundo preocupado. (Cro-Maat!)


Foram inúmeras as mensagens por e-mail, facebook
e celular. Não vai demorar muito e o “nosso” rapaz
estará completamente livre da doença e assim
continuará esbanjando sorriso para todos.

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A Ocorrência

Tudo começou em 27 de agosto de 2013, aproximadamente às 22h, quando Maicon Telles Chaves, por meio de um telefonema, disse-me palavras afáveis. Em seguida, jogou forma o aparelho celular, e saiu pelas ruas de Umuarama sem rumo até ganhar a rodovia, demandando à região de Toledo, onde abandonou na madrugada a camionete que conduzia. Segundo informação policial (e dele próprio) no dia seguinte, o veículo ficou nas proximidades de Maripá.

Trazido de volta à Cidade de Umuarama, lúcido, Maicon relatou o episódio, sem traumas, mas era possível perceber que o seu estado de saúde mental estava alterado. De 28 a 29 de agosto, muita luta durante a noite para conciliar o sono do rapaz e também de toda a família. Levado a um especialista na manhã do dia 29, parecia estar tudo bem. No entanto, ato contínuo, surgiram novas alterações em seu sistema nervoso, com manifestações fora do comum. Já em casa, após algumas palavras, se queixando bastante sobre angústia, e numa fuga desastrosa, saltou de uma sacada do prédio alcançando as ruas da cidade. Era mais ou menos meio-dia. Começando a busca, sem que ninguém soubesse o seu paradeiro, depois de uma hora, chegavam as primeiras informações: o primeiro contato foi com o amigo Ademir, que tem uma oficina e é pai de uma antiga namora, de quem nunca esqueceu. Acolhido de forma cordial, a turbulência no cérebro continuava. Novamente localizado noutras regiões, foi difícil o diálogo devido ao estado em que encontrava.

Com novas informações, alguns amigos vieram em socorro, ajudando na busca com o objetivo de conduzi-lo ao Hospital "Santa Cruz", para tratamento adequado. Nova luta empreendida, pois o "nosso" rapaz não queria saber do assunto e insistia em conduzir o carro, dizendo que estava bem.
Com a presença de alguns policiais que chegaram para colaborar, o moço entrou em desespero, permanecendo em posição de súplica, sentado no chão. Balbuciava palavras sem nexo, manifestando medo de tudo que via à sua frente. Enquanto os curiosos ficavam ali por perto, o bonito rapaz preferiu manter-se meditando em posição de Ioga, até a chegada de alguns amigos que ele considera bastante, dentre os quais, Priscila e Thiago. Atendeu à voz de comando do pai, e assim, seguiu a pé pelas ruas, até chegar novamente ao estabelecimento do sr. Ademir. Ao lado, um Templo Evangélico - Igreja Mundial -, que estava em atividade. Não hesitou em adentrar no recinto, onde os fiéis impetraram a Bênção Divina em seu favor.

Dali, para chegar ao Hospital, não ofereceu resistência para entrar no carro do irmão Castro, sendo conduzido ao Santa Cruz, para internação. Com algumas dificuldades os profissionais de saúde conseguiram convencê-lo da necessidade de tratamento. Esta etapa aconteceu às 16h do dia 29 de agosto. Encontra-se bem o "nosso" menino, após recuperar o sono de muitas noites mal dormidas e de alimentação precária. Deus Seja Louvado!

Pensamento - VII.CCLXCIII - 7293

"O verdadeiro discípulo é aquele
que supera o mestre." (Aristóteles)

A Bíblia Diz...

"Eis que todas as almas são minhas;
como o é a alma do pai, assim também
a alma do filho é minha: a alma que pecar,
essa morrerá." (Ezequiel 18:4). Assim como lhe
deste poder sobre toda a carne, para que dê
a Vida Eterna a todos quantos lhe deste."
(João 17:2)

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Pensamento - VII.CCXCII - 7292

"Todos precisam da beleza na mesma
medida em que precisam de pão, locais
de lazer e de prece, onde a Natureza
possa curar, alegrar e fortalecer corpo
e mente." (John Muir)

Pensamento - VII.CCXCI - 7291

"A vida é como uma viagem no mar
da história, com frequência enevoada
e tempestuosa, uma viagem na qual
perscrutamos os astros que nos indicam
a rota. As verdadeiras estrelas da nossa
vida são as pessoas que souberam viver
com retidão. Elas são luzes de esperança."
 (Bento XVI)

Pensamento - VII.CCXC - 7290

"O mal deve ser evitado em qualquer
ocasião. Não há ocasião que permita
fazer o mal para que resulte alguma
coisa boa." (Tomás de Aquino)

Pensamento - VII.CCLXXXIX - 7289

"As divergências de opinião não devem
significar hostilidade. Se fosse assim,
a minha mulher e eu deveríamos ser
inimigos figadais. Não conheço duas
pessoas no mundo que não tenham
tido divergências de opinião.
(…) sempre procurei nutrir pelos
que discordam de mim o mesmo afeto
que nutro pelos que me são mais
queridos e vizinhos." (Mahatma Gandhi)

Pensamento - VII.CCLXXXVIII - 7288

"Com um pouco de agilidade mental
e algumas leituras em segunda mão,
qualquer homem encontra as provas
daquilo em que deseja acreditar."
(Bertrand Russell)

Pensamento - VII.CCLXXXVII - 7287

"Sem família não há pessoa.
Se nos interrogarmos “quem
sou eu?", responderemos, usando
 a memória: “eu sou filho de…”;
e depois nomearemos as pessoas
de quem nascemos: a mãe e o pai,
ou seja, as pessoas que nos deram
a origem e o ser." (Aquilino Polaino-Lorente)

Pensamento - VII.CCLXXXVI - 7286

"A aflição chega à nossa alma, num momento
inesperado; é preciso ter calma, pois quando
o infortúnio vem, também se manifesta
a Infinita Graça Divina."
(Jairo de Lima Alves)

Pensamento - VIICCLXXXV - 7285

“Ser feliz é encontrar força no perdão,
esperanças nas batalhas, segurança
no palco do medo, amor nos desencontros.
É agradecer a Deus a cada minuto
pelo milagre da vida.” (Fernando Pessoa)

A Bíblia Diz...

"Tu, Senhor, abençoarás ao justo;
circundá-lo-ás da tua benevolência
como de um escudo." (Salmos 5:12).
"Se guardardes os meus mandamentos,
permanecereis no meu amor; do mesmo
modo que eu tenho guardado
os mandamentos de meu Pai, e permaneço
no seu amor. Tenho-vos dito isto,
para que o meu gozo permaneça em vós,
e o vosso gozo seja completo." (João 15:10,11)

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Pensamento - VII.CCLXXXIV - 7284

"Quando trabalhamos só com mira
nos bens materiais, construímos
nós próprios a nossa prisão.
Encarceramo-nos, sozinhos
com as nossas moedas de cinza,
que não compram nada que valha
a pena viver." (Saint-Exupéry

Personalidade: Sebastião Cruciol


A Terra perdeu um Grande Homem
e o Céu ganhou um Grande Anjo


Faleceu na noite de sábado (24), por volta das 23h40, o terceiro ancião da Congregação Cristã no Brasil, mais antigo do estado, SEBASTIÃO CRUCIOL, aos 84 anos de idade. Ele, sofreu um infarto, foi socorrido e levado a Campo Grande (MS), mas não resistiu a cirurgia de cateterismo e veio a óbito.

Coincidentemente, no dia do Soldado, domingo (25), foi realizado seu velório, nas dependências da igreja Congregação Cristã no Brasil, em Costa Rica (MS). Mais de 1.500 pessoas acompanharam o funeral, que foi realizado às 20h deste domingo, presidida pelo segundo ancião mais antigo do estado, Sebastião Rodrigues. Mais 6 anciães da região e do estado estavam presentes, além de cooperadores, cooperadores de jovens e menores e a irmandade de fé em geral. O sepultamento foi realizado às 8h desta segunda feira (26).

Quase 40 anos no ministério de ancião. Foi ordenado na década de 70. Foi músico violinista e ainda adolescente atendia cultos na região em que morava. Enfrentou muitas dificuldades durante sua trajetória, mas nunca deixou ser vencido. Seu pai Angelo Cruciol, também dormiu nos braços do Senhor, como Ancião. Eu costumava dizer: "Este homem é um amigo pessoal de Deus na terra". Um homem usado pelo espirito santo.

Durante sua pregação no último culto realizado no domingo (18/08), movido pelo espirito santo e emocionado ele disse: "...vocês sentirão saudades". No último dia 27 de Julho, ele comemorou seu aniversário de casamento, 60 anos casado com sua esposa Lídia, sua primeira e única mulher, com quem teve oito filhos. Uma testemunha contou, que no dia da comemoração ele afirmou: "Minha família terá uma triste notícia nos próximos dias, mas Deus a confortará".

Sebastião Cruciol, esbanjava saúde, tinha uma postura admirável. Sua voz era marcante. Na cidade de Costa Rica, onde viveu muitos anos, deixou um marco de amizade, respeito e amor. Agora, com a construção de seu edifício no céu, com materiais de primeira, ele aguarda a ressurreição do último dia"

Descanse em paz!

(homenagem de Fernando de Brito e Família)

Pensamento - VII.CCLXXXIII - 7283

"A inocência basta uma falta
para perder; da modéstia só
culpas graves, só crimes
verdadeiros." (Almeida Garrett)

Nilson: Crônica Policial 04 - Amor Estranho


AMOR ESTRANHO 

Já com quase cinco décadas de existência, aquele homem tinha uma vida extremamente humilde, as privações eram enormes e não tinha sequer qualificação profissional, sobrevivendo de serviços espontâneos, tais como capinar terrenos e trabalhar em outras atividades  rurícolas.

Já havia sido casado, ou melhor, amasiado, tinha alguns filhos, com os quais raramente mantinha contato. Seus irmãos  e seu pai, sua referência familiar, visto que a genitora falecera há muitos anos,  eram muito pobres e igualmente não tinham  emprego fixo.

Com tantas dificuldades, foi morar de favor em um casebre, situado aos fundos de uma residência também simples, em um bairro periférico da pequena cidade fronteiriça. O casal dono do terreno passava o dia todo trabalhando para criar com decência os três filhos, sendo que uma garotinha de nove anos era a primogênita.

A pequena, em sua inocência de criança, mantinha um forte laço de amizade com o vizinho, que muitas vezes ficava o dia todo desocupado, então levava a menina até a escola, a buscava e também sempre que possível, lhe acompanhava até o mercado ou qualquer outro lugar que ela fosse.

Em uma ensolarada tarde de domingo, ela desapareceu. Os pais a procuraram em vários lugares, mas ninguém a havia visto. Parentes, amigos e vizinhos, incluindo o homem,  se mobilizaram na tentativa de localizá-la. Mas as buscas se mostraram infrutíferas.

A noite chegou e com ela as preocupações com o bem estar da criança que já eram imensas, ganharam ainda mais proporções, pois se os perigos são muitos para um adulto, imagina para alguém com tão pouca idade. Os envolvidos nos trabalhos não dormiram e apesar do cansaço as buscas prosseguiram noite adentro, sem sucesso.

Policiais civis deram início à investigação. No início da tarde de segunda-feira, após   contatar algumas fontes, os investigadores descobriram que o homem, vizinho da menina havia sido visto conduzindo-a na garupa de sua bicicleta até a margem de um rio, situado nas proximidades da rodovia de acesso ao Paraná e ao Paraguai.

Ele foi conduzido a Delegacia de Polícia, para prestar esclarecimentos. Negava veementemente o fato para a autoridade policial e chorava, jurando até pela alma da mãe que nada sabia do desaparecimento da garotinha. Porém, a notícia de que a Polícia identificado o responsável pelo sumiço se espalhou e uma multidão formada por centenas de pessoas, de diferentes idades e classes sociais, que clamavam por justiça se aglutinou em frente à unidade de segurança.

O suspeito tremeu ao ver que as evidências eram fortes, e temendo por sua sorte já que o povão estava enfurecido, confessou um crime horrendo. Em uma vã tentativa de justificar seus atos insanos, se  disse perdidamente apaixonado pela menina, e que não era correspondido neste sentimento, a teria matado e enterrado o corpo às margens do córrego. Dizia ter ciúmes dos amiguinhos de escola dela, sentindo-se extremamente incomodado  quando ela tinha que fazer atividades escolares em grupo misto.

Disse ainda que a pediu em namoro várias vezes, mas ela não aceitou. Com mede de perdê-la, a assassinou, pois a preferia morta a vê-la na companhia de outra pessoa. Para dar cabo a seu projeto doentio, e se aproveitando do intenso calor, a convidou  para nadar no riacho e lá mais uma vez lhe pediu em namoro, mas diante de mais uma reposta negativa, a esfaqueou e em seguida manteve relação sexual com ela.

Após isso, dirigiu-se à cidade. Algum tempo depois, ele retornou ao local onde estava o corpo, manteve novamente relações e em seguida, enterrou o cadáver da vítima na margem do rio, juntamente com a arma branca utilizada no crime,

visando ocultar o cadáver e eximir-se de sua responsabilidade pelo fato. Quando chegou a casa e notou o desespero dos pais, devido ao desaparecimento da filha, para não levantar suspeitas, se juntou ao grupo que tentava localizar a menina.

Conduzido pelos investigadores até o local do crime, o acusado chorando muito, apontou o local em que o corpo foi enterrado e com as mãos, desenterrou a garotinha, enquanto fazia declarações de amor a ela. 

Por questões de segurança, ele foi levado para a cadeia pública de uma cidade vizinha, onde permaneceu até o júri popular, tendo sido pronunciado pelo Juiz da Vara Criminal pela prática dos crimes de homicídio, com dissimulação, através de método cruel e para assegurar a impunidade de outro crime, além de se  tratar de vítima menor de 14 anos. 

Na casa do acusado, foram encontradas várias fotos de crianças do sexo feminino, brinquedos de meninas, revistas pornográficas e quatro folhas de cadernos escritas com declarações de amor a falecida. O Pai da menina, não suportou a situação e entrou em óbito uma semana após a morte da filha.

Seu júri que chamou a atenção da toda a região foi assistido por um grande número de pessoas. A defesa do acusado coube a um defensor público portador de deficiência visual, vindo especialmente da capital do Estado para este evento, porém, o trabalho do representante do Ministério Público se mostrou mais eficiente e o assassino foi sentenciado há 37 anos e quatro meses pelo homicídio, seguido de estupro e ainda o vilipêndio a cadáver e sua ocultação. Nada trará a garotinha de volta, mas a justiça dos homens foi feita. 

Nilson Silva 

 

 

Anunciantes no Ano 1991

EMPRESAS MUNDOVENSES EM 1991

Antigo vídeo publicitário mostra 38 empresas
de Mundo Novo participantes do 15º Aniversário
da cidade. Apenas 9 das empresas citadas ainda
estão em atividade. O vídeo foi produzido por
Diamante Vídeo, de Valdomiro Pedro da Silva.

Eis as empresas anunciantes:

Supermercado Primavera, Bicicletaria Progresso,
Eletrônica A Spacial, Autopeças Brasil, Servicentro
Petrobrás(*), Icobel, Tião Veículos, A Tropicana (*),
Samine Modas (*), Doces Fronteira (*), Supermercado
Brasil, Kes Cris, Loja Kakal, Atacado Centrão, Móveis
Castelão, Arts Edson, Motometal, Casa Matos (*),
Oxsolda Ferragens, Foto Diamante Negro, Cimecal (*),
Eletrônica Ocidental, Metalúrgica Avanci, Rubenson,
Bazar Simone, Calçados Só Modas (*), Metalúrgica
Cogel (*), Auto Posto La Paloma, Dipebral (*),
New World Informática, Dias Vídeo, Casa Agrícola (*),
Loja Triunfal, Vânia Vídeo, Foto Colorama (*),
Farmácia Central, Casa de Carne Fronteira, Bazar Paraná.

(*) Empresas que estão ativas em Mundo Novo

Pensamento - VIICCLXXXII - 7282

"As grandes oportunidades
de ajudar os outros raramente
acontecem, mas as pequenas
surgem todos os dias." (Sally Koch)

Pensamento - VII.CCLXXXI - 7281

"Ninguém faz bem o que faz contra
a vontade, mesmo que seja bom
o que faz." (Santo Agostinho)

A Bíblia Diz...

"Digno és, Senhor, de receber glória,
 honra, e poder; porque tu criaste
todas as coisas, e por tua vontade
são e foram criadas." (Apocalipse 4:11)

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Pensamento - VII.CCLXXX - 7280

"É mais fácil construir
um menino do que consertar
um homem." (Charles Chick Govin)

Sabedoria Popular

O homem compreende tudo
com a ajuda daquilo que
não compreende.

Pensamento - VII.CCLXXIX - 7279

"O tipo de êxito que pretendes alcançar
é o êxito obtido à custa da alma, mas
a alma é maior que o êxito." (Tagore)

Pensamento - VII.CCLXXVIII - 7278

"Só há duas tragédias na vida:
uma é não se conseguir o que
se quer, a outra é consegui-lo."
(Óscar Wilde)

Pensamento - VII.CCLXXVII - 7277

"Cada um de nós é livre, mas
somente para nos tornarmos
o que em essência já somos."
(Giovanni Papini)

Pensamento - VII.CCLXXVI - 7276

"Quase tudo nesse mundo é uma
cópia de uma cópia uma reflexão
de uma reflexão." (Henri-Frédéric Amiel)

Pensamento - VII.CCLXXV - 7275

"O segredo para permanecer jovem
é manter acesa a chama do entusiasmo
dentro de nós." (Henri-Frédéric Amiel)

A Bíblia Diz...

"Maravilho-me de que tão depressa
passásseis daquEle que vos chamou
à graça de Jesus para outro evangelho,
o qual não é outro, mas há alguns
que vos inquietam e querem transtornar
o Evangelho do Mestre Maior." (Gálatas 1:6,7)

domingo, 25 de agosto de 2013

Artigo: A Lei da Reencarnação - A/01348

A Verdade sobre a Lei da Reencarnação

Não se pode pensar, em nenhuma hipótese, que a Lei da Reencarnação seja  uma novidade no mundo da Espiritualidade. Essa verdade é conhecida desde as mais remotas eras. Três mil anos antes de Cristo, na Índia, Krishna proclamava a existência de uma Inteligência Universal, a imortalidade da alma e sua evolução através de muitas vidas físicas. Dizia esse notável espiritualista: "O corpo é finito, mas a alma que atua nele é invisível, imponderável e eterna. Você e eu já passamos por inúmeras reencarnações.”
Hermés, outro grande mestre, afirmava, também milhares de anos antes de Cristo, no Alto Egito: "O espírito passa por dois estágios: o cativeiro na matéria e a ascensão à Luz. Durante a encarnação, ele perde a memória de sua origem." Mais tarde, vieram os gregos Pitágoras, Sócrates e Platão, que também trataram da imortalidade da alma e suas reencarnações.

Encarnação é o processo pelo qual o espírito se liga a um corpo humano durante o período de gestação, apossando-se desse corpo no momento em que o feto vem à luz. Ele encarna para viver as quatro fases da existência terrena,: infância, mocidade, madureza e velhice. Em obediência à Lei da Reencarnação, o espírito encarna e reencarna tantas vezes quantas sejam necessárias para concluir seu ciclo evolutivo neste mundo-escola.
Por que negar essa verdade? Por que as religiões ocidentais tanto se empenham, tanto se esforçam, tanto se obstinam em negar a reencarnação? Por que tão intransigentemente a combatem, apesar das gritantes e insuspeitas provas da sua existência real? Por que persistem no desconhecimento de tantos fatos que exaustivamente a comprovam e dos quais está cheia a história da humanidade?

Se essas organizações religiosas revelassem a verdade aos seus adeptos no tocante à fantasia dos perdões, da 'salvação eterna', da 'mansão celestial', do 'divino Pai', do inferno, do demônio, do purgatório e de tantas outras invencionices, nenhuma delas se manteria de pé. Desapareceriam as fontes de renda representadas pela indústria dos santos de madeira e de barro, das relíquias, dos 'dízimos do Senhor', das esmolas para os santos, das rezas e de muitas outras práticas artificiosas.
No contexto de Espiritualidade e de Reencarnação, seria bom que os religiosos se convencessem de que, numa encarnação se prepara para a encarnação seguinte; que esta será mais ou menos penosa conforme o uso que tenham feito do seu livre arbítrio, na prática do bem ou do mal; que as ações boas revertem em seu benefício e as más em seu prejuízo; que não podem contar com o auxílio de ninguém para libertá-los das consequências das faltas que tenham cometido, e que terão de resgatar com ações elevadas – qualquer que seja o número de encarnações para isso necessárias –, por certo pensarão mais detidamente antes de praticar um ato indigno. E para finalizar, podemos aplicar aqui o chavão bem conhecido: “aqui se faz, aqui se paga”, ou “tudo o que o homem semear, isso também ceifará”.

Personalidade: Manoel de Barros


Manoel Wenceslau Leite de Barros (Cuiabá, 19 de dezembro de 1916) é um poeta brasileiro do século XX, pertencente, cronologicamente à Geração de 45, mas formalmente ao Modernismo brasileiro, se situando mais próximo das vanguardas europeias do início do século e da Poesia Pau-Brasil e da Antropofagia de Oswald de Andrade. Recebeu vários prêmios literários, entre eles, dois Prêmios Jabutis. É o mais aclamado poeta brasileiro da contemporaneidade nos meios literários. Enquanto ainda escrevia, Carlos Drummond de Andrade recusou o epíteto de maior poeta vivo do Brasil em favor de Manoel de Barros . Sua obra mais conhecida é o "Livro sobre Nada" de 1996. Nascido à beira do rio Cuiabá, um ano depois sua família foi viver em uma propriedade rural em Corumbá, mudou ainda quando criança para Campo Grande e, mais tarde, para o Rio de Janeiro, a fim de completar os estudos, onde formou-se bacharel em direito em 1941 Tendo estado 10 anos em um internato, rebelou-se contra a escrita do Padre Antônio Vieira, por lhe parecer que para aquele a frase era mais importante que a verdade. Através da leitura da poesia em prosa de Arthur Rimbaud, Manoel de Barros descobre que "pode misturar todos os sentidos". Seu primeiro livro não era de poesia, e teria se perdido em razão de uma confusão com a polícia. Quando vivia no Rio de Janeiro, aos 18 anos, tendo entrado para a Juventude Comunista, pichou as palavras "Viva o Comunismo" em uma estátua. Quando a polícia foi buscá-lo na pensão onde vivia, a dona do estabelecimento pediu para "não prender o menino, tão bom que até teria escrito um livro, chamado 'Nossa Senhora de Minha Escuridão'". Tendo o policial que comandava a operação se sensiblizado, o poeta não foi preso, mas o livro foi perdido, pois o policial levou-o consigo. Após sua decepção, vive na Bolívia, no Peru e também, durante um ano, em Nova Iorque, onde faz um curso de cinema e pintura no Museu de Arte Moderna. Na década de 1960 voltou para Campo Grande, onde passou a viver como criador de gado, sem nunca deixar de trabalhar incansavelmente em seu ofício de poeta. Atualmente, é considerado o maior ou um dos maiores poetas vivos do Brasil, sendo o mais aclamado atualmente nos círculos literários do seu país. Seu trabalho tem sido publicado em Portugal, onde é um dos poetas contemporâneos brasileiros mais conhecidos. A notoriedade de Manoel de Barros aconteceu após os 70 anos de idade, tendo sido proclamado por Milôr Fernandes. Manoel de Barros, embora muito doente, vive em Campo Grande.

 

Em Família


VISITA DE PESSOAS QUERIDAS

Domingo de muita felicidade. Eis que neste
dia, recebemos em casa a visita das primas
Perolina, de Cascavel, e Nobélia, de Santa
Cruz de Monte Castelo. Também integravam
a comitiva: a anciã Áurea; Sidnei e Jair.

Pensamento - VII.CCLXXIV - 7274

"Mais do que nunca, sinto que a raça
humana é somente uma. Há diferenças
de cores, línguas, culturas e oportunidades,
mas os sentimentos e as reações das pessoas
são semelhantes. Pessoas fogem das guerras
para escapar da morte, migram para melhorar
sua sorte, constroem novas vidas em terras
estrangeiras, adaptam-se a situações
extremas..." (Sebastião Salgado)

Personalidade: Sebastião Salgado


Sebastião Ribeiro Salgado Júnior (Aimorés, 8 de fevereiro de 1944) é um famoso fotógrafo brasileiro. Cresceu na vila de Conceição do Capim, viveu sua infância em Expedicionário Alício, e para realizar seus estudos foi em 1963 para a Universidade de São Paulo e estudou economia até 1967 (MA). No mesmo ano, casou-se com a pianista Lélia Deluiz Wanick. Eles se engajaram no movimento de esquerda contra a ditadura militar e eram amigos de amigos do líder estudantil e revolucionário Carlos Marighella. Depois de emigrar em 1969 para Paris, ele escreveu uma tese em ciências econômicas, enquanto a sua esposa na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts de Paris para estudar arquitetura. Salgado inicialmente trabalhou como secretário para a Organização Internacional do Café (OIC), em Londres. Em suas viagens de trabalho para a África, muitas vezes encomendado conjuntamente pelo Banco Mundial, ele fez sua primeira sessão de fotos com a Leica da sua esposa. Fotografando o inspirou tanto que ele tornou-se independente em 1973, como fotojornalista e, em seguida, voltou para Paris. Em 1979, depois de passagens pelas agências de fotografia Sygma e Gamma, entrou para aMagnum. Encarregado de uma série de fotos sobre os primeiros 100 dias de governo de Ronald Reagan, Salgado foi a documentar o atentado a tiros cometido por John Hinckley, Jr. contra o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan no dia 30 de março de 1981, em Washington.1 A venda das fotos para jornais de todo o mundo permitiu ao brasileiro financiar seu primeiro projeto pessoal: uma viagem à África. Seu primeiro livro, Outras Américas,3 sobre os pobres na América Latina, foi publicado em 1986. Na sequencia, publicou Sahel: O "Homem em Pânico" (também publicado em 1986), resultado de uma longa colaboração de doze meses com a ONG Médicos sem Fronteiras cobrindo a seca no Norte da África. Entre 1986 e 1992, ele concentrou-se na documentação do trabalho manual em todo o mundo, publicada e exibida sob o nome "Trabalhadores rurais", um feito monumental que confirmou sua reputação como fotodocumentarista de primeira linha. De 1993 a 1999, ele voltou sua atenção para o fenômeno global de desalojamento em massa de pessoas, que resultou em Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo, publicados em 2000 e aclamado internacionalmente.

 

Pensamento - VII.CCLXXIII - 7273

“Tenho saudade de uma época 
que não vivenciei, lembranças 
de um tempo que mesmo sem 
fazer parte do meu passado, 
marcou presença e deixou legado. 
Esse tempo, onde a palavra valia 
mais do que um contrato, onde 
a decência era reconhecida pelo 
olhar, onde as pessoas não tinham 
vergonha da honestidade, onde 
a justiça cega não se vendia nem 
esmolava, onde rir não era apenas 
um direito do rei.” (Rui Barbosa)

Artigo: Dia do Soldado - A/01347


Honra e Dignidade no dia 25 de Agosto




“Tenho saudade de uma época que não vivenciei, lembranças de um tempo que mesmo sem fazer parte do meu passado, marcou presença e deixou legado. Esse tempo, onde a palavra valia mais do que um contrato, onde a decência era reconhecida pelo olhar, onde as pessoas não tinham vergonha da honestidade, onde a justiça cega não se vendia nem esmolava, onde rir não era apenas um direito do rei..." (Rui Barbosa)

Neste dia do Soldado quero reproduzir, novamente, a mensagem que postei no dia 25.08.2009 depois ler e me emocionar com o texto de um grande amigo o Cap Eng Emerson Rogério de Oliveira (EsSA/1963), publicado no Jornal “O SUL”, de 04.10.2008. O Cap Emerson escreveu, na oportunidade, uma crônica intitulada “Atitudes Dignas” a respeito da conduta de um querido amigo comum durante a cerimônia de entrega de medalhas, realizada no dia 25.08.2005, em Brasília.

O corajoso ato do Coronel Cícero Novo Fornari, grande incentivador e colaborador do Projeto Aventura Desafiando o Rio-mar, fortaleceu, ainda mais, nossos laços de amizade e recorri a ele, quando escrevia o Livro do Rio Negro, para revelar “Uma Fraude Chamada Tatunca Nara” onde ele rebate a cada uma das falaciosas afirmações de Tatunca ou melhor Hans Gunther Hauck, fugitivo da justiça alemã.

- Atitudes Dignas

 Fonte: Cap Eng Emerson Rogério de Oliveira

"Senhor, umas casas existem, no vosso reino onde homens vivem em comum, comendo do mesmo alimento, dormindo em leitos iguais. De manhã, a um toque de corneta, se levantam para obedecer. De noite, a outro toque de corneta, se deitam obedecendo. Da vontade fizeram renúncia como da vida. Seu nome é sacrifício. Por ofício desprezam a morte e o sofrimento físico. Seus pecados mesmo são generosos, facilmente esplêndidos. A beleza de suas ações é tão grande que os poetas não se cansam de a celebrar. Quando eles passam juntos, fazendo barulho, os corações mais cansados sentem estremecer alguma coisa dentro de si. A gente conhece-os por militares...

Corações mesquinhos lançam-lhes em rosto o pão que comem; como se os cobres do pré pudessem pagar a liberdade e a vida. Publicistas de vista curta acham-nos caros demais, como se alguma coisa houvesse mais cara que a servidão. Eles, porém, calados, continuam guardando a Nação do estrangeiro e de si mesma. Pelo preço de sua sujeição, eles compram a liberdade para todos e os defendem da invasão estranha e do jugo das paixões. Se a força das coisas os impede agora de fazer em rigor tudo isto, algum dia o fizeram, algum dia o farão. E, desde hoje, é como se o fizessem. Porque, por definição, o homem da guerra é nobre. E quando ele se põe em marcha, à sua esquerda vai coragem, e à sua direita a disciplina". 

(Moniz Barreto - Carta a El-Rei de Portugal, 1893).

Relembro um fato inédito que chamou a atenção dos presentes à cerimônia de entrega de medalhas, realizada no dia 25.08.2005, por ocasião das comemorações do Dia do Soldado, em Brasília. Com a presença de Ministros de Estado, Comandantes das Forças Armadas, convidados e familiares, foi entregue a Medalha do Pacificador.

Depois do dispositivo pronto, um senhor idoso, apoiado em uma bengala, vestindo roupas escuras e gravata preta, portando em seu peito a Medalha do Pacificador, atravessou toda a frente do dispositivo até o local onde estava a autêntica espada do Duque de Caxias. Com lágrimas nos olhos, retirou a medalha do peito, elevou ao alto, à frente, à esquerda e à direita. Depois de beijá-la, colocou-a no seu antigo estojo e a depositou aos pés da coluna onde estava a espada de Caxias. Voltou, passou silenciosamente pela frente do dispositivo, indo sentar-se na arquibancada de cimento, diante do palanque.

Perguntado por que devolveu a medalha, respondeu que ela havia sido desonrada e desprezada, em flagrante desrespeito à figura do insigne patrono do Exército, o Duque de Caxias, por já ter sido distribuída a pessoas que não mereciam tal honra. Disse mais, que, se a recebeu num ato solene, seria justo devolvê-la também num ato solene.

Esse senhor idoso é o Coronel de Infantaria Reformado Cícero Novo Fornari. Na época tinha 74 anos, desses, 43 de serviços prestados ao Exército e à Pátria.

A imprensa divulgou o fato em poucas linhas, mas eu o destaquei pela sua atitude digna e corajosa em meu livro Trincheiras Abertas, que lhe chegou às mãos por um amigo. Em dia recente, ligou-me de Brasília, onde mora, para agradecer-me e perguntar-me se eu tomara conhecimento do que lhe aconteceu depois daquele fato. Respondido que não, contou-me que, durante um passeio com a esposa pelas ruas de Brasília, resolveu entrar em uma loja de antiguidades - uma mistura de velhos objetos com brechó. Apoiado pela bengala, visitava prateleiras e balcões, olhando as mais variadas quinquilharias e artigos ali expostos, parando em frente a uma redoma de vidro onde estavam diversas medalhas militares, cuidadosamente alinhadas num feltro verde. Atento, o dono da loja aproximou-se, cumprimentou-o e passou a discorrer sobre o histórico das medalhas, as suas origens, quem as mereciam..., e, por fim, perguntou se ele desejava comprar uma. Apesar de não ter obtido resposta, sabia que iria negociar com aquele homem calado, pois já vira aquele brilho nos olhos de muitos clientes. Abriu a tampa da redoma e continuou com a explicação, mostrando-lhe a medalha da Primeira Guerra Mundial, da Segunda, do Serviço Amazônico...

Tentava cativar aquele cliente que parecia paralisado, que ainda não abrira a boca, mas também não tirara o brilho dos olhos, e, então, o vendedor apontou o dedo para uma Medalha do Pacificador e perguntou se ele lembrava do caso daquele Coronel do Exército que devolveu a sua Medalha do Pacificador numa cerimônia em Brasília, depositando-a junto à espada de Caxias, sob o olhar e o silêncio dos presentes.

O Coronel levou um choque. Ergueu a cabeça para aquele homem gentil e educado, que evocava lembranças de um fato da sua vida. Valeu-se da bengala para melhor firmar as pernas trêmulas das muitas jornadas, e contendo a emoção falou pela primeira vez desde que entrara naquela loja:

“Não me lembro, mas deve ter sido um velho ‘gagá’, meio maluco, pra fazer isso!”

Surpreso, o dono da loja retrucou-lhe com veemência, dizendo que ele estava enganado, pois o Coronel era um homem honrado e tomou uma atitude digna naquele dia, uma vez que essa medalha passou a ser concedida a pessoas que não preenchiam os requisitos para tal, perdendo, assim, o seu valor.

O Coronel sorriu, mostrou-lhe a identidade, e disse-lhe:

“Pois saiba o senhor que esse Coronel está à sua frente. Fui eu quem devolveu a medalha”.

O coitado do homem ficou pasmo, olhou para a identidade, olhou para o Coronel e, num gesto largo e espontâneo, abraçou-o. Imediatamente pegou a medalha, empertigou-se, esboçou um gesto solene e prendeu-a no peito do Coronel, dizendo-lhe:

“Ela é sua! Estou devolvendo-a para o lugar de onde nunca deveria ter saído”.

A surpresa agora era do velho e experiente militar. Quis impedir-lhe o gesto, mas não conseguiu. Tentou pagar-lhe o valor da medalha, também não conseguiu... E o vendedor, com um sorriso largo, disse-lhe:

“Coronel, o senhor mereceu essa medalha pelo seu trabalho e dedicação à Pátria. Estou feliz por devolvê-la”.

Os dois velhos emocionados se abraçaram. O Coronel agradeceu-lhe, juntou-se à mulher e, com passos lentos, auxiliados pela bengala, retirou-se da loja, levando a sua Medalha do Pacificador no peito. Certamente também levava os olhos marejados.

Atrás dele, um homem feliz pelo resgate que fizera naquela tarde observava-o partir, tendo a certeza de que aquele foi o seu melhor negócio do dia.

Gesto isolado, sem pompa e sem testemunhas. Mas nobre e grandioso, porque esculpido na dignidade das suas atitudes, provando que os valores morais são cultuados por homens, não por sombras.

Nem tudo está perdido.

(Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 25 de agosto de 2013)


 

Pensamento - VII.CCLXXII - 7272

“A Nação que confia mais
nos seus direitos do que em seus
soldados, engana a si mesma
e cava sua ruína.” (Rui Barbosa)

A Bíblia Diz...

"Por este menino orava eu;
e o Senhor atendeu à minha
petição, que eu lhe tinha feito."
 (1 Samuel 1:27) "Porque, quem
te faz diferente? E que tens tu
que não tenhas recebido? E, se
o recebeste, por que te glorias,
como se não o houveras recebido?"
 (1 Coríntios 4:7)

sábado, 24 de agosto de 2013

Em Família

Hoje em Umuarama

Motivo: encontro do netinho Cássio Jandrey
com os colegas de turma na Escola. Local:
num agradável condomínio - Salão de Festa.
Anfitrióes: Castro Sandra Jairo De Castro Alves ...
e Sandra, que tudo fazem para atender bem
a todos. Tivemos uma tarde maravilhosa!...

Dentre tantos jovens educados, destacamos
a presença do garoto João, que é sobrinho
do apresentador Luciano Huck. (risos)
Ver mais

Eleições 2014 - Proporcional

CANDIDATO A DEPUTADO

Mundo Novo precisa ter o seu próprio representante
no Parlamento Estadual. É necessário que as lideranças
se unam neste sentido, independentemente de cor...
partidária. Seria isso em favor da cidade!

De nossa parte, se “pintar” um candidato apenas,
terá o nosso apoio pessoal, não importando a que
partido pertença o postulante. Se houver mais de um
candidato, desde já fica anulada esta proposta, pois
nenhum terá qualquer chance de vitória.

A Bíblia Diz...

Disse-lhe, pois, Pilatos: "Logo tu és rei?"
Jesus respondeu: "Tu dizes que Eu Sou Rei.
Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo,
a fim de dar testemunho da verdade. Todo
aquele que é da verdade ouve a minha voz."
(João 18:37)

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Artigo: Forte de Coimbra - A/01346

O Lado Negro dos Bastiões de Coimbra


Poucos conheciam a epopeia de Ricardo Franco na defesa do Forte de Coimbra e um número menor ainda das injúrias e calúnias promovidas por alguns degenerados, vis e covardes que, sem sucesso, tentaram macular a honra e a dignidade deste grande Herói Nacional. Dos 110 homens da guarnição de Forte Coimbra apenas 42 permaneceram fiéis ao seu Comandante, os outros 68, inclusive oficiais, acovardaram-se e assinaram um pacto para renderem-se aos espanhóis e abandonar o Forte. Vamos, então, reportar trechos do livro “Um Homem do Dever - Cel Ricardo Franco de Almeida Serra” escrito pelo General Raul Silveira de Mello na sua obra:

AS SAUDADES

II – Adeus à Pátria

 (Domingos José Gonçalves de Magalhães – 03.07.1833)

 

Malévolos sicários,

Raça espúria, sem Pátria, ermos de brio,

Já traidores alfanges afiando,

O ensejo só aguardam favorável

De ensopá-los no sangue

Daqueles a quem bens, e honra devem.

 

No dia 3 de agosto, deste ano, publicamos um artigo homenageando Ricardo Franco de Almeida Serra - Patrono dos Engenheiros Militares brasileiros.


 
XI CAPÍTULO

ELEMENTOS DA GUARNIÇÃO MAQUINAM A RENDIÇÃO DO FORTE

Raras vezes se tem ouvido que, em ataques contra Fortalezas bem comandadas e sem assédio, elementos da defesa, atemorizados pelo bombardeio ou pela superioridade do atacante, houvessem tramado a rendição da praça ou aliciado companheiros para abandoná-la.

Pois no Forte de Coimbra assim aconteceu em 1801. Em que pesem as provas de fidelidade ao dever manifestadas, em condições idênticas, tanto no Forte da Conceição do Guaporé, em 1763, como na Praça de N. S. dos Prazeres do Iguatemi, em 1777, grave defecção ocorreu no Forte de Coimbra – e tão grave – que esteve a pique de inverter a sorte das armas e de passar para as mãos dos castelhanos não apenas o domínio do velho baluarte, mas também o de toda a região Meridional de Mato Grosso.

N. S. dos Prazeres do Iguatemi: esta Praça rendeu-se, de fato, mas a sua pequena guarnição saiu primeiramente a campo para lutar contra a numerosa trona castelhana. Foi batida na luta, teve de recolher-se aos muros da Praça, mas de tal modo portou-se que o comando inimigo decidiu parlamentar com ela e concedeu-lhe retirar-se da Praça com armas e honras militares.

De fato, enquanto Lázaro de Ribera trovejava de fora com os canhões alguns homens da guarnição, acovardados, considerando impossível resistir ao atacante, e julgando temerária a resposta que lhe dera Ricardo Franco, concertaram-se para abandonar o Forte sub-repticiamente.

Servia no Presídio, há uns dez anos, um Cabo de dragões, Antônio Baptista da Silva, que, segundo a correspondência enviada dali para Cuiabá e Vila Bela, figurava frequentemente nas diligências enviadas àquelas Vilas, a Miranda, Albuquerque, a Borbon, a Vila Real, a Aldeias de Guaicurus e Guanás. O Major Rodrigues (Ofício de 05.03.1791) diz o seguinte:

“Este soldado, pela docilidade do seu gênio e modo com que trata estes Índios tem sido o primeiro movél (itinerante) de seter (espião) dulcificado, moderado, a barbaridade destes Índios; ele hoje influi autoridade sobre eles, e tudo que ele lhes diz se executa”.

Tinha o Cabo Baptista capacidade para tais misteres e o desempenhava a contento. Era de ânimo pacífico e cortês. Todavia, talvez ignorassem os chefes, e quiçá os companheiros, ele era um tímido, um pusilânime. Provavelmente esse complexo de inferioridade teria passado despercebido por falta de fatos que o viessem comprovar. Eis por que o próprio Comandante Ricardo Franco, por tê-lo em boa conta, o mandara a 12 de setembro (1801) no comando das duas canoas a proceder o reconhecimento da frota castelhana.

As partes de combate e mais referências até agora publicadas nada dizem que faça entender que, a sombra das muralhas do Forte, tremeram mãos e queixos, apavorados do estrondo dos canhões de bordo, canhões estes, todavia, que nenhum dano fizeram aos homens da guarnição. Essas ocorrências nem sempre cabem nos curtos limites das partes de combate. Figuram, de ordinário, com outros pormenores, no relato final das operações. Aí vem citados os nomes dos que se distinguiram nos dias de luta e são omitidos ou estigmatizados os que ficaram na encolha, desertaram dos seus postos ou tentaram a fuga.

Ricardo Franco teria redigido calmamente, depois daqueles dias, um documento a esse respeito, afora o que exarou no “Registro de Ordens”. Não consegui encontrá-lo no Arquivo Histórico cuiabano, mas dele da testemunho o ofício que vou apresentar, no qual consta que o Cabo Antônio Baptista, vendo seu nome excluído da relação dos que lograram citação honrosa por sua conduta durante as operações, requereu justificação ao Capitão-General e arrolou testemunhas de defesa. Procederam-se a inquirições e, ao remetê-las, Ricardo Franco analisa uma por uma as pessoas do queixoso e dos depoentes.

Não encontrei também esse inquérito. Foi pena. Por ele teríamos conhecido ocorrências passadas nos bastidores do Forte, bem como, viriam a luz episódios desconhecidos. De outro documento, porém, vou colher subsídio para o nosso estudo. É o ofício a que me referi acima, datado de 09.11.1802, de Ricardo Franco a Caetano Pinto, importante documento para a análise dos acontecimentos e para a exaltação da nobreza e do valor de Ricardo Franco.

Vejamos como ele expõe os fato:

“Com o requerimento, e justificação de Antônio Baptista da Silva, recebi a carta de V. Exa. de 16 de Agosto, pela qual vejo não querer a piedade de V. Exa. ficar no escrúpulo de castigar um inocente: declarando o Superintendente que eu mal informado, e pelos seus inimigos, é que me atrevi a expor a V. Exa. com menos verdade, o seu pouco merecimento e no tono cobardia:

Este escrúpulo Ilmo. e Exmo. Sr. só devia recair em mim, porém, não tenho uma alma, tão péssima, e relaxada, que me animasse afazer dano a terceiro na sua honra e fazenda, e a um homem que sempre estimei. Nem a minha conduta em 20 anos de demora nesta Capitania; mostrará fato algum com que eu ainda indiretamente ofendesse alguém, antes enfadei sempre aos Srs. Exmos. Generais a favor de quem buscava o meu valimento: nem, enfim, me havia querer privar de um útil defensor que se figura valentíssimo; naquele mesmo tempo, em que ainda se esperava a volta dos espanhóis.

E ainda que a inquirição que agora faço chegar a presença de V. Exa. na qual juraram todos os Dragões que se achavam em Coimbra no tempo do ataque e estavam aqui presentemente bastava para mostrar a falsidade com que requereu a V. Exa. o dito Antônio Baptista, Inquirição em que se não diz, senão parte do muito que se podia dizer; contudo eu não penso deixar de ser extenso, em dizer a V. Exa., o que eu só presenciei, e expus, sem que mo inspirasse alguém. Como no conceito geral, Antônio Baptista da Silva, sempre foi contado como um soldado de paz; nesta ideia, a quem eu escolhi para explorar os espanhóis, foi ao Furriel Joaquim José Roiz; e embaraçando-lhe umas febres esta diligência; a encarreguei ao dito Baptista; ordenando-lhe fosse com toda a vigilância, pois podia encontrar de repente o inimigo, o que fez tanto pelo contrário, que todos iam dormindo; e à toa pelo meio do Rio; e a não ser um pedestre que viu as sumacas; as passavam em claro, com certa perda. Com o aviso do Pedestre, acordaram, e voltaram para trás as canoas, a do Baptista que ia mais traseira, foi a primeira, e a não ser um saran que a embaraçou, ausentava-se sem a outra, que tanto por ir adiante como por o seu Piloto a voltar sobre as sumacas, se viu em maior risco: mas com efeito, alcançou a primeira no embaraço dos sarans; neste lugar de que as cercaram as canoas espanholas, que não nos deram um tiro, nem a artilharia das sumacas, os podiam dar por ficarem já muito atrás, e cobertas com duas voltas do Rio, e ainda a podê-lo fazer não atiraria de noite, sobre os montes das suas mesmas canoas: pelo que é encarecido o risco, e glória de salvarem as canoas, que iam perdendo pelo seu descuido; e sobre as quais não deram os espanhóis, um tiro”. (MELLO)

Saran: arbusto da família das Euforbiáceas que nasce nas praias e pedreiras e que nas cheias ficam cobertos pelas águas. O saranzal é um trecho do Rio coberto de sarans, oferecendo, na época das cheias, canais por entre os arbustos. (Hiram Reis)

“No dia 14 de setembro (1801), quando Antônio Baptista nos veio dar parte daquele encontro, vinha tão tremulo e desacordado que mal se explicava: pedindo-me nesse dia e com impertinência a mudança para o novo Forte: até que lhe disse, que o inimigo não tinha azar; que feita a acomodação para guardar a pólvora, então nos mudaríamos, até que no outro dia se efetuou esta tal requerida mudança: dividi a gente apostos e fiz tanto conceito dele pelo seu notório susto que lhe não dei algum: encarregando-o só da guarda da pólvora; e fatura dos cartuchos.

Em 16 de setembro (1801) dia das chegadas dos espanhóis, mal eles dobraram a ponta da Ilha e se expuseram em franquia; o único homem que não pegou em armas; nem apareceu sobre os parapeitos; foi Antônio Baptista ainda os inimigos não tinham dado um tiro, já eu o fui achar assentado em um mocho, encostado, e com as costas no parapeito, embrulhado no seu poncho, perguntando a um soldado, se estava ali a bom recado ou se ainda podia ser ofendido de algum tiro eu mesmo lhe respondi que o chapéu estava a descoberto; e que lhe podia dar alguma bala; teve a feição de se deixar ficar assentado naquela figura; e principiando o fogo do inimigo, no meio dele, o fui achar assentado na banqueta, embrulhado no poncho e no seu atual desacordo”. (MELLO)

Mocho: assento sem costas para um indivíduo, tamborete. (Hiram Reis)

“No dia 17 (setembro de 1801) de manhã quando respondi a intimação de D. Lázaro de Ribera: logo este homem principiou a derramar os seus sentimentos de fraqueza: dizendo que não havia partido (recurso) contra as forças inimigas que não tínhamos mantimentos, que uma resposta daquela suposição se não dava sem consultar a todos; que era uma temeridade; que se me obrigasse a capitular, pois não deviam morrer tantos, pela teima de um só.

No dia 18 (setembro de 1801) postando-se o inimigo pelo meio dia no meio do Rio, fazendo um fogo terrível; e encostando-se à sombra dele a parte de cima, e próxima deste Forte; para tentar um desembarque que lhe dificultamos a força de tiros de espingarda, pelo que se retirou para o seu poso na margem oposta do Rio: depois do inimigo estar nesta posição, e toda a seção já finda; então apareceu, daí a bom espaço Antônio Baptista com uma clavina (carabina) dizendo queria também dar o seu tiro, quando já não tinha risco, nem a quem: foi esta a única vez que pegou em arma. E por não enfadar a V. Exa. não falo em outras semelhantes circunstâncias, contraindo-me as mais (...)

O Dragão João da Silva Nogueira, que naquele tempo era o Soldado de ordens que me acompanhava, indo nos intervalos que tinha fazer cartuchos: no 2° ou 3° dia me veio dar parte, de que indo aquela diligência o convidara o Cabo Baptista com mais outros, que já tinha reduzido ao seu parecer, para que os Dragões todos me obrigassem a capitular, e a eu não querer cuidasse cada um em salvar-se pois todos já estavam, seguindo a sua tímida fantasia, ou mortos, ou prisioneiros: a vista desta informação cheguei a ter papel pronto para fazer assinar estes fracos, e dispensei o dito João da Silva de acompanhar-me, e o encarreguei da guarda da porta travessa por cuja contígua muralha, por mais abaixo, se ia conduzir a água; e lhe dei ordem positiva, a mais três que escolhi, para que fizessem fogo, e tratassem como inimigo a todo aquele que pretendesse saltar aquela muralha sem licença minha. A mesma ordem passei logo depois ao Dragão Belchior Martins que comandava a parte de cima deste Forte vizinha ao Monte; e não dormi mais de noite, por uma continuada ronda, temendo verificado o conselho da fuga.

Eu mesmo fui o que presenciei, quanto consta do Itens 6° da Inquirição; nesse dia, pela sua notória fraqueza, e por ter mais certo conhecimento do seu covarde conventículo (reunião clandestina que só maquina o mal), o quis lançar em ferros, porém refletindo, que esta prisão, podia por susto aqueles aquém as persuasões do dito Baptista tinha desanimado e disposto para a fuga, os quais supondo-se com aquele merecido castigo descobertos, podiam fugir, e mesmo para o inimigo, o que facilmente o conseguiriam ou lançando facilmente no Rio, ou por perfídia (traição) do Corpo da Guarda, que quase todo estava corrompido: suspendi este procedimento; dobrando as cautelas pessoais, quanto pude.

No dia último do ataque, e em que o inimigo se aproximou bastante destas muralhas, temendo eu que debaixo do fogo terrível que fez, tentasse algum desembarque, e corricando (correndo a passo miúdo) estas muralhas, digo Estâncias e só Antônio Baptista com outro Dragão; por um forçoso feito do seu total desacordo, e medo teve o desembaraço de se deitar por terra, encostado a muralha; embrulhado em um poncho dos pés até a cabeça: que descobriu quando gritei por ele, dizendo-lhe, estava assim por conta dos estilhaços; e vendo-me exposto a eles, que nunca fizeram dano, pois nunca voltarão sobre alguém, por se evitarem facilmente teve o brio de se deixar ficar na mesma fraca figura: os fatos referidos, ninguém mos contou, e se os presenciei, e vi, e julgo que só um deles era bastante causa, para se lhe dar baixa sem o menor escrúpulo.

E segundo agora se verifica, pode ser, que assim como D. Lázaro, se retirou na noite de 24 de Setembro (1801), último dia dos seus ataques, amanhece na frente de Coimbra no dia 25 (09.1801) pode ser digo, que Antônio Baptista da Silva não molestasse a V. Exa. com os seus requerimentos e falcíssima justificação; pois asseguram os que sabem daquele covarde mistério que nessa mesma noite se efetivava a fugida, de todos aqueles, a quem as suas infiéis práticas tinha reduzido a tão infames sentimentos.

Como em Coimbra, no tempo daquele intempestivo ataque que, apenas existiam pouco mais de cem pessoas, tirando deste todo quase 20 dos quais, velhos; das oitenta e tantas, ou noventa de resto, muito mais de metade, estavam cheias de medo, que aqueles práticos, e de outros igualmente cobardes, fizeram muito maior. Este maior número todos estavam na mesma vil inteligência de se salvarem, e muitos já de mala feita; uns choravam publicamente, outros despediam-se até o dia do Juízo; outros e quase todos, os que estavam fora da Praça, de emboscada nos matos deste Morro, apesar de serem estes matos seguros lugares, desampararam os seus postos; e aos primeiros tiros do inimigo se concentravam, aonde não podiam defender os seus lugares, nem receber dano.

Todos estes por uma consequência infalível de todos os cobardes, para desculparem a sua timidez, e de acordo, fizeram causa comum; passaram-se certidões recíprocas, tiveram a infame lembrança de derramarem neste Presídio mil intrigas, espalharam no Cuiabá horrorosas invectivas, contra as pessoas de merecimento, e contra mim, e muitas delas assaz injuriosas, contando-me por um iníquo; honrando-me com o epíteto do Nero: e se acabada a ação, a sua vergonha, os devia cobrir de um confuso silencio, pelo contrário brotou em mil intrigas, e mentirosos enredos. Quando chegou a este Presídio o Capitão Francisco José de Freitas, com o Quartel Mestre Brito; a este último principalmente tiveram a arte de dizer junto e separadamente quantos embustes tinham imaginado para a sua desculpa: tentando justificar a Antônio Baptista, para consequentemente ficarem eles desculpados, pois receavam de que eu tivesse dado uma parte mais ampla a V. Exa.

Depois disso, eu tive a má condescendência, de ceder a empenhos, e mandar ao Cuiabá, alguns dos culpados; que foram ali jurar falso, e espalhar quanto tinham excogitado (imaginado) para sua desculpa, para denegrirem a minha conduta; infamarem aqueles que tiveram merecimento pessoal, cuja probidade temiam – pois os não puderam iludir; nem chamar, aos seus infames sistemas; e não duvido que estas vozes cavilosas (capciosas) e falsamente derramadas, abonassem em Vila Bela a conduta de Baptista pois este era o alvo destes homens; para traz dele ficarem igualmente justificados, a importunarem a V. Exa. com outros semelhantes, e pouco verdadeiros requerimentos.

Chegando a tanto a esperança que davam a confusão de tantas intrigas, e a multidão dos ouvidos contra a verdade, que até suponho, faltaria V. Exa. a piedade de ouvir-me; tanta força davam aos enredos, que por cartas, e vocalmente derramaram por toda esta Capitania, para em tanta confusão ficar um Comandante que lhes sofre, e que quereriam abonar com a perda deste Forte, e do Trem de S. Majestade informado e dito por injusto: além de quanto tenho com toda a verdade, e de presente exposto a V. Exa. não posso deixar de falar alguma coisa das seis testemunhas da justificação de Antônio Baptista da Silva. (...)

A 6ª e última testemunha, o Henrique (negro da tropa dos Henriques) Filipe de Fontes, fugiu da sua escolta no Monte para dentro da Praça e a mim mesmo me disse; que estava com muito medo, que o matasse, antes do que ir para fora: suposto que depois malicioso clava outras razões, dizendo que não queria estar com os fracos.

Este é o caráter das seis suspeitosas testemunhas, que formam aquela justificação; e a mesma probidade tem bastante destes destacados; que com injúrias, intrigas, e cavilações quererão confundir a verdade, para no meio das trevas salvar o seu pouco merecimento: confundir e denegrir as pessoas que obtiveram honrado; de tal forma que a doce satisfação que me podia resultar por defender Coimbra, se me voltou em amarguras e veneno, a vista de tanta calúnia, e embustes”. (MELLO).

(Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 23 de agosto de 2013)