no Supremo que Lula ordenou mensalão
A defesa do delator do
mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson, afirmou nesta segunda-feira (13) no
que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ordenou o esquema de compra de
votos no Congresso Nacional conhecido como mensalão.
"[Lula] Não só sabia como
ordenou tudo isso", afirmou o advogado Luiz Corrêa Barbosa, no oitavo dia
de julgamento do caso no STF (Supremo Tribunal Federal).
Ele pediu que os ministros
autorizem diligências para investigar e denunciar Lula. A justificativa é que
os empréstimos do BMG e do Banco Rural ao PT, que teriam irrigado o mensalão,
estão ligadas a um decreto de Lula que permitiu os bancos privados a concederem
crédito consignado. "É evidente a coligação, o entrelaçamento entre esses
atos", argumentou o advogado.
Ele também criticou a postura
do procurador-geral da República de não incluir o nome de Lula na ação penal.
"Ele [o procurador] não fez seu trabalho, ele se omitiu", disse. O
advogado afirmou ainda que os ex-ministros denunciados José Dirceu, Anderson
Adauto, Luiz Gushiken "eram executivos" a mando de Lula.
"Pela prova produzida [pelo
Ministério Público Federal], vai gerar um festival de absolvições, o mandante
está fora", disse. "A prova não permite condenações. Digam ao povo
que isso foi coisa do procurador-geral que se recusa a fazer seu
trabalho".
RéuDurante a sustentação oral, Barbosa confirmou que Roberto Jefferson recebeu R$ 4 milhões do PT, no entanto, alegou que o valor foi usado nas eleições de 2004 e, não, para votar a favor do governo.
De acordo com o advogado,
foram acertados anteriormente R$ 20 milhões, mas Jefferson recebeu “apenas” R$
4 milhões. “As direções nacionais do PT e do PTB ajustaram apoio material por
meio da transferência de recursos em dinheiro”, disse.
Ainda segundo Barbosa,
Jefferson não sabia se o dinheiro recebido tinha origem lícita ou ilícita. De acordo com o Ministério
Público Federal, o ex-deputado recebeu dinheiro do esquema operado por Marcos
Valério em troca de apoio político do PTB ao governo.Além do dinheiro ao partido, ele próprio teria se beneficiado do esquema, ficando com milhares de reais. No processo, Jefferson responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Jefferson foi cassado pela
Câmara em 2005. Atualmente, ele é presidente do PTB, partido que apoia o
governo Dilma Rousseff no Congresso
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