sábado, 4 de agosto de 2012

Artigo: O Dízimo - A/01220

O Dízimo é para os nossos dias?



Há, nos meios evangélicos, e mesmo no catolicismo romano, o debate sobre a obrigatoriedade do dízimo nas igrejas cristãs. A prática do dízimo tem se transformado numa obrigação, sendo recomendado por pastores e sacerdotes, quando fazem citações bíblicas pertinentes, com o fim de incentivar os fiéis para esse ato de fé.
O dízimo como era praticado no Antigo Testamento é impraticável nos dias de hoje. Assim, ele está incluso dentro da lei cerimonial e, dessa forma, não é mais aplicável no Novo Testamento. Os homens, boa parte por ávida ganância, defendem a ideia do dízimo, para se locupletarem, sobrecarregando a todos os que têm vontade de servir a Deus. Os interessados pelo assunto estão citando trechos da Bíblia Cristã, principalmente do Velho Testamento, para ludibriar as massas que não buscam o Verdadeiro Conhecimento das Escrituras.

Alguns usam a passagem de Mateus 23.23 para defender que o dízimo é válido atualmente. Mas é importante observar que, apesar do Novo Testamento começar sua narrativa com o nascimento de João Batista e de Jesus, a Nova Aliança só começou, de fato, quando Jesus morreu. Assim, quando Jesus disse o que está escrito ali, eles ainda estavam no Antigo Testamento. Portanto, essa passagem não pode provar a validade do dízimo para o Novo Testamento.

Outros tentam defender a validade do dízimo com a passagem do capítulo 7 de  Hebreus. Na passagem o autor da carta apenas mostra a superioridade de Jesus em relação ao sacerdócio usando a figura de Melquisede como um tipo de Cristo. O objetivo da passagem não é falar sobre a validade ou não do dízimo para os dias de hoje, mas mostrar a superioridade do sacerdócio do Mestre Jesus. Nenhum escritor do Novo Testamento escreveu para enfatizar a doutrina do dízimo.

Seja como for, o cristão autêntico reconhece que não apenas 10% do seu ganho pertencem a Deus, mas todos os seus bens. Assim, o cristão deve fazer planejamentos financeiros para não gastar em coisas supérfluas, a fim de poder contribuir com o máximo possível para o Reino de Deus, voluntariamente. Quem quiser contribuir, que o faça com amor,  por considerar que a causa é nobre.

A Igreja Primitiva adotava a forma da contribuição voluntária, por recomendação apostólica.  A viúva no Templo deu tudo o que tinha. Os primeiros cristãos vendiam propriedades e depositavam todo o valor aos pés dos apóstolos, sendo isso muito mais que o dízimo praticado na Antiga Aliança. Os pobres da Macedônia contribuíram acima de suas posses, sendo esse o padrão que o cristão deve seguir, sem as intransigências de obreiros que querem distorcer as verdades bíblicas em benefício próprio.

Se a prática do dízimo fosse ainda para os nossos dias, também a guarda do sábado seria obrigatória. Uma doutrina complementa a outra e ninguém pode ignorar que no Antigo Testamento era mesmo assim. A Nova Aliança desobriga o Adepto de exigências impostas pelo homem ávido de vida fácil e de ensinamentos humanos. Ninguém, nos Templos Cristãos, pode ser molestado com a doutrina do dízimo, mas se alguém quiser se submeter a orientações deste gênero, não estaria cometendo nenhum pecado, porque contribuir faz bem não importando que nome seja dado à forma de contribuição. Mas também não peca aquele que decide optar por outra forma de contribuição, que não seja conhecida como dízimo.

O Dízimo, sem qualquer sombra de dúvida, é coisa do passado. Se fosse para ser aplicado nos dias de hoje, certamente os conceitos doutrinários teriam sido reforçados com ênfase nos Evangelhos, nas Cartas Paulinas e nos demais escritos que integram a Nova Aliança para os Cristãos.



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