domingo, 29 de julho de 2012

Artigo: A Alma Humana - A/01219

A Alma Humana necessita de Salvação?


Algumas religiões declaram que é preciso salvar a Alma do Homem. Mas se esta é Imortal, perfeita, divina e composta da Consciência de Deus, não precisaria ser salva de coisa alguma. Diante desta afirmativa, o que é preciso ser salvo no Homem conforme pregam tantas Teologias?
É necessário, neste contexto, lidar com um assunto muito abstrato, relacionado com as doutrinas teológicas e tantos outros conceitos filosóficos. É um assunto polêmico e merece toda a atenção dos Verdadeiros Buscadores. Todavia, esta questão não é atribuída inteiramente ao campo da Religião, podendo também ser tratada no campo da metafísica e do misticismo.

A aceitação ou rejeição do conceito de Salvação depende muito da noção que o Adepto tenha sobre a Alma Humana. Quem acredita que a Alma é de natureza tal que pode ser corrompida ou contaminada de algum modo, buscará a sua Salvação. Se for o inverso, a pessoa irá sustentar que a Alma tem uma qualidade que transcende a possibilidade de sua corrupção pelo Homem, e daí, nenhuma salvação se faz necessária.
A maioria das religiões comparadas e ativas em todo o Sistema de Coisas, professam que o Homem pode, por sua conduta, degradar a Alma. Se o faz, ele se torna indigno da Graça Divina, devendo buscar a Salvação como determinam os escritos sagrados. Abstratamente, do ponto de vista racional, sem a sujeição a qualquer credo religioso, deduz-se que uma Criatura Divina jamais seria contaminado por um ser mortal.

É importante refletir sobre a Fonte da Alma. Qual seria a sua origem? Se for considerado que a Alma é infusa, implantada como um manto sobre o Homem, sua origem é atribuída a Deus, a um Reino Divino. Se a Alma é Divina, poderia algo Divino deixar de ser perfeito? Poderia, uma criatura tão inferior, como o homem, corromper uma coisa Divina? Se a Alma é Divina, tem de ser concebida como incorruptível, qualquer que seja o comportamento do Homem. Não é a Alma que precisa de Salvação, pois ela nunca é perdida pela conduta do homem.
A Salvação anunciada pelas religiões, consiste em reconhecer os impulsos interiores no sentimento da retidão. O chamado homem mau é aquele que não aproveita a oportunidade de compreender todas as suas potencialidades. Ele está morto, não na Alma, mas no reconhecimento e na expressão do que possa ser a Alma em seu Interior. Neste caso, nenhum sistema religioso vigente pode promover a Salvação, a menos que desenvolva maior profundeza de Consciência no Indivíduo, a Personalidade-Alma.

O Adepto Consciente irá sentir mais motivação para uma conduta irreparável, representando no todo o ideal de Virtude Espiritual. Independentemente de ser membro de uma religião formal, pode o Iniciado compreender a Salvação Pessoal, aceitando certos dogmas e seguindo regras espiritualistas. A Salvação que ele passa a usufruir não seria exatamente a Salvação da Alma, mas do Eu Interior. Ele se sentirá realizado pela Meditação, no Plano da Consciência Objetiva, adquirindo experiência espetacular e assim, se transformando em Místico por Excelência.
 (X com adaptação de Jairo de Lima Alves)

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